quinta-feira, 17 de junho de 2010

Lavo minhas mãos


“Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo; fique o caso convosco!” Mateus 27.24

Há um ditado que diz que “a voz do povo é a voz de Deus”. Será? Acho interessante a forma que as coisas aconteceram, percebo certa ambigüidade nesta afirmação. Pois por um lado o povo foi injusto dizendo: “Crucifica-o! Crucifica-o!”, mas por outro, percebemos um plano maior, o de DEUS dentro do seu Maravilhoso propósito de salvação da humanidade, ou seja, as profecias haveriam de se cumprir, a crucificação deveria acontecer exatamente para se cumprir o plano de Salvação de Deus ao mundo. Vamos analisar a postura de Pilatos e aplicarmos em nossas vidas o que podemos aprender?

Ele poderia soltar Jesus se quisesse? Sim! Teve oportunidade para isso, inclusive percebemos que ele concluiu que Jesus era de fato inocente, no entanto lavou suas mãos, tirou o corpo fora, transferiu a responsabilidade para o Povo dizendo “... estou inocente do sangue deste justo; fique o caso convosco!”. Pilatos ficou em cima do muro, não quis se comprometer com a responsabilidade de ser o culpado pela crucificação de um homem justo e também temia o povo, pois “aumentava o tumulto”. Ele foi indiferente. Ouvi certa vez que o oposto do amor não é o ódio, é a indiferença, talvez seja também o oposto da decisão. Aplicando isso sobre a nossa vida, podemos pensar: Em quais situações somos indiferentes?

Quando vemos a necessidade de alguém e não ajudamos? Porque o problema não é nosso, é das autoridades, dos políticos, dos assistentes sociais. Será que isso não teria outro nome? Hipocrisia talvez, quem sabe falta de amor ao próximo? Ou até mesmo falsidade, indiferença. Pois a Bíblia ensina o contrário dessa atitude medíocre e egoísta.

E quando sabemos que temos que agir com imparcialidade, justiça e verdade? Muitas vezes não nos “intrometemos” no assunto, “porque ninguém pediu a minha opinião”. Porque se disser algo vou me prejudicar ou conquistar inimizades. Só que a Bíblia ensina que não devemos ser partidaristas e sim agir com verdade, justiça e transparência. Viver a Ética Cristã está fora de moda! Porque vivemos num mundo de politicagem, onde a filosofia de vida é: O que vou ganhar com isso? É o famoso politicamente correto. Será que é assim mesmo que devemos agir?

Será que agimos assim exatamente porque pensamos viver num mundo “justo”? Onde a pessoa recebe o que merece e merece o que recebe. Ou seja, se pessoa ela está na rua, alguma coisa de errado fez. Se ela ganhou algum dinheiro, ela mereceu porque é uma pessoa boa. Dizem por ai “cada um tem o que merece”. Este é o padrão correto?

Não me canso de afirmar que a nossa sociedade vive o passageiro como se fosse eterno e isto chegou a nossas igrejas. Os valores se inveteram em demasia. O mundo de justo, não tem nada. Vamos refletir acerca destes questionamentos e que “lavar as mãos” seja uma expressão fora do nosso dicionário. Vivamos o Evangelho segundo Cristo ensinou.

Oração
“Senhor, nos ajude a sermos justos e verdadeiros. Que o nosso falar, pensa e nossas ações sejam reflexos da Tua vontade, óh Deus! Em nome de Jesus. Amém”.

No amor de Cristo,